Utilisateur:Auréola/Volume 1/Imóvel ser de Parmênides

Vindicação da Eternidade

Imóvel ser de Parmênides

Imóvel ser de Parmênides

Teoria pela qual

Realidade de Parmênides

A realidade de Parmênides é o que podemos chamar da verdadeira realidade: uma árvore é uma árvore, o Sol é o Sol, o homem é o homem, o que é é o que é. Em Parmênides, a realidade não é contraditória nem variável: se uma coisa existe, existe para ser esta própria coisa e não pode ser outra, muito menos o contrário. Noutras palavras, o ser é o ser ou, resumidamente, o ser é. De fato, uma montanha é só uma montanha; no entanto, os panteístas poderiam atribuir a esta mesma montanha um valor divino no qual suas pedras e gramas e corpo geográfico seria a morada de deuses (Assim incorreu a antiga relação dos gregos com o Monte Olimpo...) A mesma montanha, verificada por empresários, serviria como objeto de capital. A montanha, para Parmênides, é apenas uma coisa a que chamamos "montanha"; o homem, contudo, dada a sua experiência direta com o real, é capaz de atribuir às coisas um valor especial dependendo de seus traços psíquicos e culturais.

Não nego que não se pode pensar nas coisas aparentemente físicas como meros objetos sem valor em si; acho, verdadeiramente, que a relação nós X coisas pode ser interessante e proveitosa para todos ― sem intransigir, no caso da montanha, o meio ambiente. Mas, perdidos em contradições que muitas vezes pode ocorrer com vãs e tresloucadas interpretações, os homens muitas vezes sofrem por distorcerem-se desta tal realidade alertada pelo eleiense. Muitas vezes, nosso único problema é supor que temos algum: inventamos que algo está errado conosco e tentamos, às vezes durante uma vida inteira, superar esta irreal erraticidade. Talvez seja este o grande dilema da humanidade: DAR UM EXEMPLO, COMO POR EXEMPLO, AS MULHERES QUE SÃO VISTAS COMO NÃO-SAUDÁVEIS SE SÃO GORDAS, MAS QUE ANTIGAMENTE AS MAGRAS É QUE ERAM VISTAS COMO ERRADAS -- ESTE É UM EXEMPLO DE BAGAGEM CULTURAL E DE INTERPRETAÇÃO.

O Vir a Ser: Ilusões da Realidade

Mas o que seriam então as constantes mudanças, as contradições e os aspectos diferentes que o mundo apresenta? São ilusões, responde Parmênides, meras aparências produzidas por opiniões enganadoras, não pelo conhecimento do verdadeiro ser. Esse pensamento inaugura a metafísica (por não se contentar com a aparência das coisas e buscar-lhe a essência). Parmênides, para quem o pensamento e o ser não passavam da mesma coisa visto que não se encontra o pensar fora do ente no qual se expressa, escreve em Da Natureza que os únicos caminhos de investigação que existem para se pensar é aquele que é e aquele que não tem de ser. Afirma que este último é ignoto, irreconhecível e impossível de demonstrar. O primeiro, por sua vez, acompanha a verdade e é caminho de confiança pois é para ser. Portanto, há, no ser, no dizer e no pensar uma possibilidade de ser algo; o nada não pode ser.

Parmênides, vimos, não titubeia, não se deixa enganar. Seu pensamento prefigura a lógica: o princípio da não-contradição existente no ser, que é, e no não-ser, que não é. Concluímos também que o não-ser não é e nem pode existir. Chegado neste consenso, Parmênides afirma que, se só o ser existe, ele deve sempre existir... Deve ser único, imóvel, imutável, sem variações, eterno. E se, por um lado, este pensamento acerca da imobilidade do ser nos chega de uma época de pouca ciência e muita especulação, tal especulação surge de mentes em estados puros e desraizados de demasiadas informações que, muitas vezes, podem comprometer qualquer prisma filosófico.